VELHAS CONTAS A PAGAR
Quase a metade da população brasileira não tem acesso a serviços
de água esgoto. Mas no Norte e Nordeste do país, onde as urnas
foram desfavoráveis ao PT, a situação é pior. Apenas 26% da
população urbana do Nordeste dispõe de coleta e tratamento de
esgoto, por exemplo. A carência de saneamento, associada a
aglomerados precários, está na origem de doenças que atingem
sobretudo a infância pobre. Entre 1999 e 2002, o governo tucano não assentou um metro de tubulação de esgoto no país. Em 2008 o governo
Lula já havia investido 14 vezes mais que todo a rede criada pelo
governo FHC. Com o PAC e a nova regulação do setor a meta é
investir R$ 10 bi ao ano, o que efetivamente tem ocorrido desde
2007. Mas as obras e projetos são lentos. E há paradoxos
desconcertantes. Para zerar o déficit de saneamento no país seriam necessários R$ 420 bilhões (no ritmo atual, uns 20 anos). O custo
é alto,todavia representa apenas dois anos de gastos com o
pagamento de juro da dívida pública. Mesmo com a firme redução da
Selic, essa despesa já consumiu este ano, entre janeiro e
setembro, R$ 161 bi. Quase 5% do PIB. Dois anos de gastos com juro
seriam suficientes para quase zerar o déficit de esgoto e água
potável no Brasil.
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