• A primeira vitima de uma guerra eh a verdade.

    From Shadow@21:1/5 to All on Fri Mar 4 20:44:01 2022
    Nota aos bolsotarios. Nem tentem ler. Nao eh GIBI nem #FAKE_NEWS do
    What!Crap ou do PiG. Nao vao entender, vao achar que "eh um monte de
    merda". Apesar de estar tudo documentado.


    A PRIMEIRA VÍTIMA

    Por Ângela Carrato

    Quem conhece um mínimo de história, sabe que não é a primeira vez que
    a mídia corporativa brasileira é porta-voz de uma espécie de gritaria generalizada em defesa de um dos lados em guerras nas quais o Brasil
    não tinha qualquer envolvimento.

    Até aí não haveria muita diferença em relação ao que se verifica agora
    com a Guerra na Ucrânia, se não fosse o papel central que a mídia
    assumiu na contemporaneidade. Se não fossem, também, os grandes e
    gravíssimos prejuízos que tal envolvimento pode trazer para o Brasil e
    os brasileiros.

    Desde que esta guerra começou oficialmente, todos os noticiários de
    jornais, rádios e TVs da mídia corporativa brasileira deixaram de lado
    qualquer assunto relativo ao país e só falam no conflito no Leste
    Europeu, apresentando-o da forma mais unilateral possível.

    Seguem à risca as visões e interesses de uma das partes envolvida: os
    Estados Unidos e seus aliados europeus, integrantes do Tratado do
    Atlântico Norte, (OTAN) uma aliança militar, que deveria ter acabado,
    quando da extinção de seu equivalente, o Pacto de Varsóvia, após o fim
    da URSS, em 1991.

    Pela visão “Ocidental” (leia-se Estados Unidos e Europa), a Rússia,
    país que vem sendo paulatinamente cercado por bases militares da OTAN,
    foi transformado em agressor.

    O presidente Vladimir Putin, por reivindicar segurança para seu país e
    seus habitantes, está sendo pintado como ditador sanguinário. As ações
    russas, demandando negociação e cumprimento de compromissos por parte
    do Ocidente, são demonizadas e proteladas.

    O presidente da Ucrânia, Zelensky, de neonazista e fantoche dos
    Estados Unidos, virou “herói nacional” e o Ocidente é apresentado como “mocinho” e “salvador da humanidade”.

    É com esse quadro, absolutamente distorcido e radicalizado, que a
    mídia corporativa brasileira presta mais um desserviço ao país. Como
    se não bastasse desinformar e deformar os fatos, ainda cobra definição pró-Estados Unidos/OTAN do governo brasileiro.

    Cobrança em parte já contemplada, com o voto do Brasil na Assembleia
    Geral Extraordinária da ONU somando-se aos que condenam a Rússia e
    alinhando-se aos Estados Unidos e à Europa.

    Havia outra solução? Claro que sim. O Brasil poderia insistir na
    defesa da paz, na busca de negociações rápidas para por fim à guerra e
    ter se somado aos 35 países que se abstiveram nesta votação, entre
    eles dois pesos-pesados mundiais, China e Índia.

    Aliás, China, Índia e Brasil, integrantes dos BRICS – junto com a
    própria Rússia e a África do Sul -, teriam legitimidade para se
    apresentar como mediadores num processo tão delicado e complexo. Tudo
    indica que a China cumprirá esse papel.

    Quanto ao Brasil, perdeu-se outra vez na irrelevância e subserviência
    ao imperialismo estadunidense, que marcam o governo Jair Bolsonaro.

    SOFT POWER

    Recuperada do que foi o período em que teve como ministro das Relações Exteriores o terraplanista Ernesto Araújo, a diplomacia brasileira bem
    que tentou. A nota divulgada pelo Itamaraty e as primeiras
    manifestações do representante do país na ONU foram em defesa da paz e
    das negociações, características do soft power brasileiro.

    No começo da guerra, surpreendentemente, até o próprio Bolsonaro
    procurou mostrar-se neutro, evitando apoio a Zelensky ou condenações à
    Rússia.

    Não se sabe o quê fez Bolsonaro mudar de posição, especialmente depois
    do encontro que manteve, há poucas semanas, com o próprio Putin, em
    Moscou.

    Especulações, no entanto, não faltam. Elas vão desde pesadas pressões
    da Casa Branca até temores de que sua atitude pudesse ter repercussões negativas para sua candidatura nas eleições presidenciais de outubro
    próximo.

    Basta lembrar que pré-candidatos como o ex-juiz parcial Sergio Moro e
    o governador de São Paulo, João Doria, se apressaram em cerrar
    fileiras com os Estados Unidos na campanha contra Putin e a Rússia.

    Mas se Bolsonaro confirma, mais uma vez, as afirmações e desmentidos e desmentidos dos desmentidos que caracterizam sua postura, o
    ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tão logo o conflito entre a
    Rússia e a Ucrânia – na realidade uma guerra por procuração entre os
    Estados Unidos/OTAN e a Rússia – teve início, condenou o episódio,
    exaltou a importância da negociação e da busca da paz.

    Em viagem ao México – que, a exemplo das que realizou recentemente à
    Europa e à Argentina – a mídia corporativa brasileira praticamente
    ignorou, Lula reuniu-se com o presidente Andrés Manuel Lopes Obrador e
    voltou a defender o entendimento.

    “A América Latina tem que estar unida nesse esforço para um mundo que
    quer a paz e não aguenta mais a guerra”, enfatizou em entrevista ao
    jornal La Jornada.

    Reafirmando o que vem dizendo há anos, Lula defendeu a integração latino-americana e uma “reforma profunda” da governança global para
    enfrentar questões como pandemia, aquecimento e mudanças climáticas e desigualdades brutais dentro dos países e entre eles.

    Lula elogiou o México pelo importante papel que tem desempenhado no
    plano internacional e, por meio da diversificação de suas relações,
    para a democracia na região e a construção de um mundo multipolar, de
    paz e cooperação.

    É importante lembrar que foi exatamente essa postura que Lula adotou
    no que se refere às relações internacionais nos seus dois mandatos
    (2003-2010). Postura que lhe valeu o reconhecimento como um dos
    grandes, se não o maior, estadista da atualidade.

    Nos oitos anos em que foi presidente, não faltaram problemas
    internacionais de todos os quilates.

    Tão logo assumiu, Lula recebeu do presidente dos Estados Unidos,
    George W. Bush, o pedido para que o Brasil cerrasse fileiras com ele
    na invasão do Iraque. A resposta que Bush ouviu de Lula foi que a
    guerra dele era contra a fome no Brasil. Bush pode não ter gostado,
    mas o assunto morreu ali.

    A Guerra do Iraque ou “Operação Iraque Livre”, como a denominavam os
    “falcões” nos Estados Unidos, durou oito anos. Ela se baseou na ideia
    de transformar o Iraque em “estado vilão” e Saddan Hussein em “grave
    ameaça para os Estados Unidos e seus aliados”. Até “provas” de que
    Hussein possuía um forte arsenal de armas químicas foram fartamente
    noticiadas pelo Ocidente.

    O resultado é conhecido: as tais armas químicas nunca foram
    encontradas e hoje se sabe que não passaram de mentira contada pela
    Casa Branca e respaldada pelo governo inglês, principal aliado dos
    Estados Unidos na Europa.

    O Iraque foi arrasado economicamente; o número de mortos no conflito
    varia entre 100 mil e 600 mil, dependendo de quem faz as contas; as
    promessas, antes da invasão, de que o país teria estabilidade não se concretizaram.

    Outro exemplo da capacidade de Lula para evitar expor o Brasil a
    conflitos aconteceu com a vizinha Bolívia, em 2006. A decisão do
    governo Evo Morales de nacionalizar o petróleo e o gás, atingiu
    negócios da Petrobras.

    Imediatamente editoriais de jornais como O Estado de S. Paulo passaram
    a defender que o governo brasileiro usasse a força para resolver o
    problema e até mesmo declarasse guerra ou invadisse a Bolívia.

    Lula não fez nada disso e pacientemente negociou. Dezoito meses
    depois, a Bolívia pagava à Petrobras a indenização de US$ 112 milhões,
    pela transferência de suas duas refinarias para a estatal boliviana
    YPFB.

    Por atitudes como essas, o governo Lula e a diplomacia brasileira,
    tendo à frente o chanceler Celso Amorim, conseguiram avanços antes
    impensáveis, responsáveis pela ampliação no número de membros do
    Mercosul, a criação da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), e a
    própria participação do Brasil no lançamento das bases do que veio a
    ser o BRICS, formalizado durante o governo Dilma Rousseff.

    Como se sabe, a mídia corporativa brasileira, pautando-se pelos
    interesses de Washington, sempre foi contrária a qualquer tentativa de integração sul-americana ou latino-americana e jamais escondeu suas
    críticas em relação à aliança do Brasil com a Rússia, China, Índia e
    África do Sul. Aliança considerada de enorme importância na direção de
    um mundo multipolar.

    Esse caminho para um mundo multipolar é exatamente o mesmo que a mídia corporativa brasileira ignora, ao cerrar fileiras, como faz agora na
    Guerra da Ucrânia, com as pretensões hegemônicas e imperialistas de
    sempre dos Estados Unidos e da própria Europa.

    NA UCRÂNIA E NO BRASIL

    Não é de agora que diferentes governos brasileiros enfrentam as
    baterias de uma mídia antinacional. Foi assim com Getúlio Vargas,
    Juscelino Kubitschek e João Goulart.

    Getúlio, que queria manter o Brasil neutro na Segunda Guerra Mundial,
    foi alvo de todo tipo de pressão de Assis Chateaubriand, o primeiro
    magnata da mídia brasileira, proprietário dos Diários e Emissoras
    Associados, precursor de Roberto Marinho.

    O apoio do Brasil era disputado de forma um pouco velada, pelos países
    do eixo (Alemanha, Itália e Japão) e de maneira clara pelos aliados, especialmente Estados Unidos, Inglaterra e França.

    Chateaubriand mostrava-se incansável na campanha pró-Estados Unidos e
    chegou a propor à embaixada daquele país no Brasil iniciar, ele
    próprio, o alistamento de brasileiros para irem à guerra.

    Depois que navios brasileiros foram atacados pela marinha alemã e
    diante do escarcéu que a mídia da época fez, Vargas decidiu, em 1942,
    entrar em acordo com o presidente dos Estados Unidos, Franklin Delano Roosevelt, para a participação do país na guerra.

    Chama a atenção neste episódio, a semelhança com a Guerra
    Hispano-Americana que aconteceu em 1898, tendo como resultado o ganho
    do controle, por parte dos Estados Unidos, sobre antigas colônias
    espanholas no Caribe e no Oceano Pacífico.

    A guerra teve início quando um navio militar dos Estados Unidos
    explodiu no porto de Havana. Sem qualquer comprovação, a explosão foi
    atribuída aos espanhóis.

    É dessa época o nada edificante diálogo entre o então magnata da
    imprensa estadunidense William Randolph Hearst e um jornalista por ele designado para cobrir a guerra.

    Ao comunicar a seu patrão que em Havana não havia qualquer sinal de
    guerra, ouviu dele as instruções para que lhe enviasse as imagens,
    pois da guerra ele cuidaria.

    Essa passagem envergonhou parte da mídia estadunidense e deu origem à
    luta que outro magnata na época, Joseph Pulitzer, empreendeu, cobrando
    ética e seriedade por parte dos jornais de então. Não por acaso o
    maior prêmio de jornalismo nos Estados Unidos leva o seu nome.

    Quanto ao Brasil, sempre chamou atenção de alguns estudiosos da mídia
    nacional, o principal prêmio de jornalismo ter o nome de uma empresa estadunidense de petróleo, a Esso, que chegou ao Brasil em 1912 e foi,
    desde então, parte ativa para tentar convencer autoridades e população
    que o país não possuía jazidas de petróleo.

    Atuando em parceria com a petroleira anglo-holandesa Shell, esteve
    recentemente também entre as responsáveis pelas mudanças nas regras do
    pré-sal brasileiro, descoberta que está na raiz do golpe de que foi
    vítima a então presidenta Dilma Rousseff, em 2016.

    Como se sabe, a Petrobras, estatal brasileira que descobriu o pré-sal
    e chegou a ser uma das maiores do mundo, está sendo desmontada, com
    suas refinarias leiloadas a preço de banana, sua rede de postos de
    distribuição privatizada e dividendos fabulosos destinados apenas a
    seus acionistas nacionais e internacionais.

    Esse assunto, no entanto, é tabu na mídia corporativa brasileira, que,
    desde sempre, aplaudiu toda e qualquer agenda de privatizações dos
    bens públicos nacionais.

    JK, que fez de tudo para desenvolver o Brasil, teve sua proposta de
    integração latino-americana (Operação Pan-Americana) sabotada pela
    mídia corporativa e pelo Tio Sam. O que, na prática, é quase a mesma
    coisa.

    O que ele defendia era uma proposta de desenvolvimento econômico para
    a América Latina nos moldes do Plano Marshall posto em prática pelos
    Estados Unidos para reconstruir a Europa no pós-Segunda Guerra
    Mundial. Afinal, os brasileiros tinham participado dos esforços de
    guerra junto com os aliados.

    Ao contrário do que muitos possam pensar, existe relação entre a
    situação vivida na Ucrânia, a partir de 2014 e no Brasil, de 2016 em
    diante.

    Lá, um governo democraticamente eleito, aliado de Moscou, foi
    derrubado por meio de uma guerra híbrida (protestos de rua, denúncias
    de corrupção, campanha de mídia contra o governo) e substituído por
    outro, com o apoio dos Estados Unidos.

    Zelensky é o terceiro presidente da Ucrânia depois desse processo e
    sobre ele pesam evidências e provas de sua ligação com grupos
    neonazistas e a realização de sistemáticos massacres de populações
    russas.

    Ele próprio, durante a campanha eleitoral, apresentou-se portando
    armas e defendendo a morte de todos os congressistas e políticos de
    seu país. Ex-comediante, ele é uma mistura de Danilo Gentili com
    Bolsonaro e só se elegeu devido ao processo de ódio à democracia
    desencadeado pela mídia local.

    Qualquer semelhança com o que aconteceu no Brasil e está em processo
    não é mera coincidência.

    A mídia corporativa brasileira se esquece de tudo isso. Como parece já
    ter se esquecido do que disse e tem feito Bolsonaro no que se refere
    às violações dos direitos humanos, destruição do meio ambiente,
    entrega do patrimônio nacional e absoluto descaso em relação à
    pandemia.

    A morte, sem necessidade, de pelo menos um terço das 650 mil vítimas
    da covid-19 no Brasil não é uma cifra superior à da maioria das
    guerras no mundo?

    “A PRIMEIRA VÍTIMA”

    Em 1917, em meio às diversas versões sobre a Grande Guerra (depois
    rebatizada de Primeira Guerra Mundial) o ex-governador da Califórnia e
    então senador estadunidense Hiram Johnson, do Partido Progressista,
    fez uma declaração que se tornou célebre: “a primeira vítima, quando
    começa a guerra, é a verdade”.

    Johnson integrou o Senado de seu país até 1945, período em que teve oportunidade de confirmar, inúmeras vezes, o acerto de sua declaração.

    A frase de Johnson serviu de epígrafe para o livro A Primeira Vítima,
    do australiano Phillip Knightley (1929-2016), ele próprio um
    consagrado jornalista investigativo e correspondente de guerra em
    algumas das mais importantes frentes de batalha no século XX.

    Publicado em 1975, o livro de Knightley aborda o papel do
    correspondente de guerra como herói, propagandista e fabricante de
    mitos, tomando como referência conflitos desde o a da Crimeia
    (1853-1856) até o Vietnã (1955-1975).

    Unindo um cuidadoso trabalho de investigação histórica e de
    reportagem, ele mostra como os jornalistas ocidentais e seus patrões distorceram e manipularam os fatos sempre que lhes foi conveniente.

    Knightley abordou guerras que hoje podem ser chamadas de
    convencionais, com a presença de tropas e tanques para a tomada de
    territórios.

    Não deixa de ser um exercício interessante pensar qual seria a visão
    dele sobre as guerras híbridas, características deste início de século
    XXI, onde a mídia e a internet utilizadas como principais campos de
    batalha, foram transformadas em locais para a conquista de corações e
    mentes.

    Basta verificar o aumento absurdo de mentiras, desinformações e fake
    news que passaram a circular nas redes sociais ocidentais nos últimos
    dias, marcadas pela russofobia e pela tentativa de colocar o
    pensamento ocidental como superior.

    Não por acaso, na “democrática” Comunidade Europeia, o parlamento do
    bloco votou pela retirada do ar dos dois canais oficiais russos:
    Sputnik e Russia Today. Chutar o balde da suposta liberdade de
    imprensa parece não incomodar aos europeus.

    O acesso a um só lado da questão confirma e atualiza o que mostrou
    Knightley sobre a verdade como primeira vítima.

    Como alguém pode formar opinião equilibrada conhecendo apenas um lado
    da questão?

    Por tudo isso, outro autor, desta vez brasileiro, que morou nos
    Estados Unidos nos anos 1920, merece igualmente ser revisitado.

    Engenheiro e economista, um dos fundadores da Faculdade de Ciências
    Econômicas da UFMG, Osório da Rocha Diniz, na condição de especialista
    na empresa General Eletric, que já era grande e viria a ser um dos
    gigantes globais em áreas tão vitais como produção de energia,
    turbinas de avião e serviços financeiros, pode acompanhar por dentro
    parte do processo de desenvolvimento dos Estados Unidos.

    Neste período, o Tio Sam lançava as bases do seu imperialismo ou de
    sua hegemonia sobre a América Latina e, na sequência da Segunda Guerra
    Mundial, sobre grande parte do planeta.

    A partir dessas vivências e reflexões, Rocha Diniz publicou, de volta
    ao Brasil, dois livros que se tornaram clássicos e integram a famosa
    coleção Brasiliana da Companhia Editora Nacional. São eles: A política
    que convém ao Brasil (1937) e O Brasil em face dos Imperialismos
    Modernos (1940).

    Na época, as duas publicações deram o que falar, pois apresentavam
    para a população e as ditas elites dirigentes brasileiras uma
    realidade que estavam longe de enxergar.

    Basta lembrar que até então essas elites, inclusive as intelectuais e
    parte das esquerdas, continuavam com os olhos voltados para a Europa,
    enquanto o centro do poder mundial se deslocava rapidamente para os
    Estados Unidos.

    Algo semelhante se repete nos dias atuais, agora com os Estados Unidos
    em relação aos países asiáticos, especialmente a China.

    Outra vez, a elite brasileira e a própria mídia corporativa, sua
    porta-voz, não percebe a emergência do novo e insiste na defesa cega e equivocada dos interesses dos Estados Unidos, num mundo em acelerada transformação.

    Tamanha histeria por parte da mídia corporativa brasileira e das
    elites ocidentais pode ser lida também como uma espécie de desespero
    diante da perda de importância da Europa (cada vez mais subserviente
    aos Estados Unidos e dominada pela extrema-direita) e da ascensão da
    China como provável maior potência mundial até 2030.

    A exemplo de outros impérios que marcaram a história do nosso planeta,
    não há como negar que o declínio dos Estados Unidos já começou.

    Não por acaso, em seu discurso de posse, Joe Biden definiu como
    prioridade de sua política externa, a “contenção” da Rússia e da
    China.

    Entender o que está acontecendo na Guerra da Ucrânia, por este prisma,
    é fundamental para países como o Brasil.

    Lula está certo quando diz que nossa guerra é contra a fome, a
    desigualdade e em defesa de um mundo multipolar.

    A política que convém ao Brasil é essa.

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