- A "NotÃcia de fiadores", datada arredor de 1175, está considerada como um dos primeiros textos que se conservam em galego. Durante vários séculos a nossa lÃngua é utilizada na Galiza a todos os efeitos, mas também é valorizada noutros territó
rios, o que demostra o prestÃgio internacional de que gozava.
- Em 1479 conclui a Guerra de Sucessão de Castela. Isabel derrota a candidata apoiada pola nobreza galega, Joana. Começa a doma do Reino da Galiza.
No que acontece entre estas duas datas concordamos muitas pessoas. O que acontece deste ano em diante (também o anterior) pode-se ver de uma maneira... ou de outras.
Podes ver que Antonio de Nebrija publicou a Gramática castellana em 1492, e que o castelhano tem cinco séculos de vantagem na construção de um padrão culto sobre o galego… ou podes ver que em 1536 Fernão de Oliveira publica a Grammatica da
lingoagem portuguesa. Só lendo o seu prefácio comprova-se que se pode considerar como a primeira gramática da lÃngua galega, pois é um magnÃfico nexo entre a lÃngua dos nossos cancioneiros medievais e o galego atual.
Podes ver que, na época dos descobrimentos, o galego foi uma lÃngua cada vez mais relegada ao âmbito rural e familiar enquanto o castelhano era a lÃngua das elites (e de qualquer tipo de expressão culta na Galiza) e que gozava de uma forte expansão
internacional… ou podes ver que Portugal difundiu o galego por todos os continentes mesmo tornando-se em lÃngua franca nas costas africanas ou no Ãndico.
Podes ver que entre o século XVI e o XIX estamos num perÃodo chamado séculos escuros, em que a nossa lÃngua deixou de ter produção literária... ou podes ver que esta obscuridade era parcial, pois entre o Renascimento e o Iluminismo a nossa lÃngua
continuou o seu percurso em Portugal.
Podes ver que o chamado Ressurgimento do XIX é um movimento que certifica a separação definitiva entre a lÃngua galega e a portuguesa… ou podes ver que, apesar de todas as adversidades de séculos passados, e do desconhecimento do que ocorria em
Portugal, as obras literárias e as gramáticas feitas na Galiza não duvidárom em procurar no sul os remédios contra quase quatro séculos de poluição linguÃstica.
Podes ver que o Estatuto de Autonomia da Galiza é um texto irrelevante, pois só se vão poder tomar decisões maciças o dia que se tenha um Estado próprio… ou podes ver que outras comunidades autónomas implementárom polÃticas linguÃsticas mais
ambiciosas que estão a dar frutos.
Podes ver que a bandeira galega não desfilou nas cerimónias dos Jogos OlÃmpicos de Rio… ou podes ver que o galego foi a lÃngua oficial do grande acontecimento global por excelência.
Podes ver que António Guterres é um português eleito secretário geral da ONU… ou podes ver que o secretário geral da ONU é um senhor que fala galego no exercÃcio do seu cargo.
Cada pessoa vê o que quer, é uma questão de vontade, mas uma perspectiva mostrou-nos um percurso com menos futuro do que a outra. Tu decides.
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About Latest Posts Ramom Varela PunhalNascido em Carvalho em 1942. Estudoi Teologia na Universidade PontifÃcia de Salamanca, e Liturgia no Instituto Superior de Pastoral, em Madrid; Filosofia na Universidade de Pamplona e Filosofia, Psicologia e
Organização do Trabalho na Universidade de Lovaina, Bélgica. Doutor em Filosofia pela Universidade de Santiago. Catedrático de Filosofia reformado. Latest posts by Ramom Varela Punhal (see all) A monarquia em Hegel - 11 de Outubro de 2016
A monarquia em Hegel - 1 de Setembro de 2016 O Estado em Hegel - 4 de Maio de 2016
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